sábado, 18 de outubro de 2014


VENCERÁS
 "Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives o pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não te impressiones nas dificuldades.
Convence-te que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realizações sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofenças.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo.
Não conte vantagens nem fracassos.
Não dramatizes provocações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida íntima.
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outroso melhor que possas realizar.
Age auxiliando.
Serve sem apego.
E assim vencerás."
Emmanuel


segunda-feira, 17 de março de 2014

Minha gatinha amada...


Achei que não passaria da primeira semana, mas ela passou. Seus olhos assustados e seu corpinho todo frágil, cabia na palma da mão.
Achei  que não passaria da segunda semana, mas ela foi ganhando peso, e o pêlo ficando bonito, foi me conquistando me conquistando e aí quando percebi ela virou a dona da casa.

Gatinha linda me esperava no portão de casa todos os dias, uma baita companheira.Tinha dias que eu ia chegando e de longe não via ela no portão, mas era só eu pegar  as chaves e eu via ela correndo atravessando a rua como um raio e parava nos meus pés e me recebia com um doce miado, MIAUUU. Pura inocência.
Ela não gostava de visitas, era arredia com estranhos.
E adorava abrir a janela do meu quarto. Fazia de tudo para estar sempre por perto.

Fazia manha quando eu tirava ela do sofá.



Ela enchia a casa toda de pelo, enchia a casa também de amor e carinho. Agora ela encheu a casa só de saudades, as fotos e as lembranças foram só o que restaram.
Faz um ano que ela sumiu. Por meses eu chegava do trabalho e abria a janela do quarto na esperança de que ela estivesse ali esperando, mas isso nunca aconteceu.
Pra você meu chuchu eu sempre deixarei a janela aberta. E Obrigado por ter escolhido esta casa como sua, mesmo que por pouco tempo.




sexta-feira, 14 de março de 2014

eu queria...


Eu queria tanto uma bicicleta, queria disputar uma corrida.
eu queria tanto um gatinho preto eu queria a minha chuchu de volta.
eu queria fazer a prova da ufrgs pra odonto e passar.
eu queria ter um bebe antes dos 30 anos.
eu queria ter um pé de goiabeira no pátio de casa.
eu queria ter o sábado e o domingo de folga.
eu queria que Guaíba fosse do lado de Gravataí.
eu queria trabalhar no que gosto.
eu queria ter um telescópio para ver marte e venus.
eu queria ter um amigo sempre por perto.
eu queria que todas as manhas tivessem cheiro de jasmim.
eu queria fazer um cursinho pré vestibular.
eu queria conhecer a cidade de Canela.
eu queria viajar com meu amor pra Bahia.
eu queria morar na praia.
eu queria escalar um muro e chegar lá no topo.
Tantas coisas aqui são tão inúteis, são apenas ideias tolas que passam na minha cabeça.
 Apenas uma coisa mudaria o sentido da minha vida: ter um bebe. 


terça-feira, 11 de março de 2014

Eu Queria trazer-te uns versos muito lindos



"Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...

Suas palavras seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!

Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!"

 Mario Quintana

quinta-feira, 6 de março de 2014

A Vendedora de Livros



A vendedora de livros tem os olhos tão tristes que cortou o meu coração quando eu há vi pela primeira vez.  não consegui olhar novamente. há uns dois anos atrás eu há vi pela primeira vez. No inverno, quase toda manhã eu me dava ao luxo de tomar um chocolate quente numa confeitaria perto do serviço. Alguma vezes eu há vi na frente da confeitaria, um baita frio e ela  de chinelos de dedo toda encolhida de frio, ficava sempre parada na porta do lado de fora, como se esperasse por alguma coisa, mas nunca vi ela pedindo nada as pessoas que entravam e saiam dali.
Teve um dia que estava tão frio que pensei em pagar um café, mas quando eu ia saindo pronta para oferecer um cafezinho ela já havia ganhado de uma senhora. Era esta senhora que todos os dias ela esperava, tomava seu café e seguia com seu carrinho de compras a catar latinhas no centro da cidade.
Fiquei alguns meses sem ir ao centro.  Até que um belo dia, eu estava por perto e decidi tomar café naquela mesma confeitaria de sempre. e logo depois de tomar meu café  saindo dali  me deparo ao lado da confeitaria uma improvisada banquinha de livros usados, me chamou atenção, fiquei lá olhando se algum titulo me interessava e para minha surpresa a dona da banca era aquela mesma senhora que ficava toda manhã na porta da confeitaria. Eu percebi que era a mesma pessoa apenas pelos seus olhos, inconfundíveis. fiquei pensando de como aqueles olhos já deveriam ter visto tantas coisas ruins e boas ou só ruins, ela não tinha a expressão de uma pessoa amargurada ou mal humorada, eles apenas eram tristes como eu nunca havia visto.
Naquele dia fiquei tão feliz de saber que ela vendia livros. 
Depois de meses eu estava na biblioteca e fui ler o jornal local, coisa que nunca faço, me deparei com uma noticia chocante: haviam roubado todos os livros daquela vendedora de livros dos olhos tristes.
Felizmente era a semana da feira do livro e todos os livros doados para a biblioteca seriam doados para ela. Na pequena reportagem do jornal ela falou que catava materiais recicláveis mas ela não era feliz e agora vendendo livros ela se sentia mais feliz e gostava muito do que fazia. 
Na semana passada eu separei alguns livros que estavam pegando poeira na estante e fui lá doar para ela. E para minha surpresa os seus olhos não estavam mais tristes. Que ela venda todos aqueles livros, que mais pessoas doem e que os seus olhos fiquem mais e mais felizes.
***
Se alguém quiser doar um livro, a banquinha fica na cidade de Cachoeirinha/RS ao lado da Confeitaria Ninho Doce perto do Nacional.



quarta-feira, 5 de março de 2014

O que o vento não levou



No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento... 


Mário Quintana
 

domingo, 2 de março de 2014

O que é a felicidade?

Cá estou! sem nenhuma pretensão de nada.
Tentando apenas me despir.
Tentado olhar para dentro de mim.
Tentando me conhecer.
Tentando aprender a escrever
Tentando humildemente exercitar a escrita.

Eu invejo aqueles que conseguem com tão poucas palavras expressar seus sentimentos, como se já tivessem nascido com um Dom, uma vocação. Mas eu tinha uma professora de Artes que odiava esses termos de Dom e vocação e eu sempre lembro dela toda vez que eu escuto alguém disser "o fulano tem o dom pra escrita ou etc" ela sempre dizia não existe esse papo de DOM pessoal, qualquer um pode pintar um quadro igual do Picasso é só querer. Embora eu ache impossível (pintar um quadro de Picasso) eu gosto de lembrar dela falando e do jeito que ela falava, por que faz tudo parecer possível.
Eu gostaria de ter nascido com o Dom da escrita, acho que é uma paixão adormecida, vou tentar fazer desse espaço um exercício.
Sou uma admiradora de Mário Quintana, o primeiro poema que li quando criança era dele, Dizia:
Eu, agora - que desfecho!Já nem penso mais em ti...Mas será que nunca deixo de lembrar que te esqueci? . Sim, eu invejo Mario Quintana. E as vezes eu penso:
Será que ele era feliz?
Será que eu sou feliz?
Será que você é feliz?
O que é a felicidade?
O que é felicidade se não um momento passante em nossas vidas, como o vento que passa mas não permanece.
O que são todas essas coisas que buscamos ao longo de nossas vidas em nome da felicidade, em nome de uma melhor qualidade de vida: um emprego melhor, um salário melhor, uma casa melhor...
Sempre buscamos algo...e isto as vezes é tão cansativo.

Eu vi recentemente um documentário muito bom chamado: Lixo Extraordinário.O documentário relata o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz com catadores de material reciclável em um dos maiores aterros controlados do mundo.
Como eles eram miseráveis, trabalhavam de dia para ter o que comer a noite.
Quando acabou o documentário, que é muito emocionante, o primeiro pensamento que me veio a cabeça foi: eu também sou uma catadora, sou igual a eles. Não estou feliz na condição de trabalho que estou, mas preciso dele para sobreviver. Assim como eles precisam daquelas latas, garrafas pet..daqueles lixos.
É claro que a minha condição social é diferente daquelas pessoas, saber que muitos daqueles gostariam de estar em meu lugar: com uma casa, um emprego de carteira assinada. Não me faz me sentir melhor por saber isso. Saber o quão injusta a vida é. Por que eles não podem ter o que eu tenho? E talvez eles sejam felizes com o pouco que tem.
Dos sete catadores que participaram do documentário nenhum quis voltar para o aterro, ninguém mais quis catar  lixo ou material reciclável. Foi apresentado aos olhos deles que é possível mudar a realidade em que vivemos. Mas infelizmente isso não é para todos. Somente os sete catadores não voltaram para o aterro outros tantos ficaram lá e ainda ficarão.

Acho que a única vocação com  que nascemos é sempre estar em buscar de algo, de alguma coisa para conquistar. E é essa incessante busca que eu tenho medo.
acho que a felicidade passou por aqui e eu nem vi....

Esses inquietos ventos


Esses inquietos ventos andarilhos
Passam e dizem: “Vamos caminhar.
Nós conhecemos misteriosos trilhos,
Bosques antigos onde é bom cismar...

E há tantas virgens a sonhar idílios!
E tu não vieste, sob a paz lunar
Beijar os seus entrefechados cílios
E as dolorosas bocas a ofegar...”

Os ventos vêm e batem-me a janela:
“A tua vida: Que fizeste dela?”
E chaga a morte: “Anda! Vem dormir...

Faz tanto frio...e é tão macia a cama...”
Mas toda a longa noite ainda hei de ouvir
A inquieta voz dos ventos que me chama!...


Mario Quintana